HELENA IGNÊZ
Helena Ignez com mais de 60 anos nas artes cênicas e cinematográficas já realizou mais de 40 filmes como atriz e diretora. Foi homenageada na Ásia, na Europa e no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Dirigiu os longas "Canção de Baal", "Luz nas Trevas – A Volta do Bandido da Luz Vermelha", "Feio, Eu?", "Ralé", "A Moça do Calendário" e "Fakir" (Melhor Filme - Júri Popular 9° CineFantasy e Melhor Filme - Júri Oficial 1° Festival As Amazonas do Cinema).
Entrevista feita para a Via Cultural
Helena fala sobre Elyseu, Os Monstros, o cinema:
Elyseu um artista tão especial com um trabalho tão incrível. Louco, criativo. Importante trazer à luz a sua obra, desvelar o seu trabalho maravilhoso, silencioso, que não foi visto e que influenciou as pessoas. Trouxe uma cultura musical extraordinária no inicio dos trabalhos expressivos e tão importantes de Rogério Sganzerla e Júlio Bressane que já amavam a música brasileira e eram muito jovens, estavam com 20, 21 anos, Elyseu um pouco mais velho como eu.
Na nossa convivência, no nosso grupo, éramos iguais, em busca. Tínhamos uma categoria intelectual. Uma geração altamente psicodélica, intensa.
Revisitar uma fonte criadora e transgressora como a de Elyseu é uma oportunidade que deve ser aproveitada.
Sobre os Monstros de Babaloo
Um filme atual, um filme interessante. Como esses monstros estão presentes, como eles fazem parte da cultura da gente.
A trilha mais uma vez, como em todos os trabalhos deles, belíssima. Este foi o último filme da Belair, antes de irmos todos fugidos para Londres. Um filme feito em uma fase intensa, de forma intensa, com direção de arte e roteiro que falava sobre essa intensidade. Uma fotografia linda. O momento da Belair foi intenso, de criação e afetos. De jovens que estavam revolucionando o cinema brasileiro. Que se propunham a fazer um caminho perigoso,
Helena fala sobre sua atuação e a importância da voz e olhar feminino nas produções nacionais. "Fui uma mulher como outras, não tantas, que lutaram e fizeram nosso cinema brasileiro. Não tão lembradas por conta de uma cultura machista que sempre existiu. Mas trabalhamos, como qualquer um dos rapazes."
E comenta, "Estamos em uma fase que temos que ser resilientes, estamos lutando contra dois virus, sendo ameaçados na saúde e na cultura. Precisamos lutar, ser teimosos. Agregar sabedoria. Se reinventar."
Dona e produtora na Mercúrio Produções, Helena Ignês esbanja jovialidade e continua dando palestras e produzindo novos projetos. Seu facebook traz sempre as novidades.
A entrevista na integra está incrível e pode ser ouvida no nosso podcast.